segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Sobre o Planisfério Pessoal

Ao fim de alguma espera lá chegou o meu livro, o Planisfério Pessoal. É de leitura rápida, em pouco tempo li um terço do livro, e na maior parte do tempo relata impressões e considerações sobre as pessoas que vão encontrando o jornalista ao longo o caminho. Ainda não passei do continente americano e tudo o que li só reforçou as minhas intenções de manter uma distância segura em relação a esses territórios, um oceano de distância será suficiente.

Nas minhas leituras recentes entretive-me com Wenceslau de Moraes e, quando me dá para meter as mãos nas Farpas, Ramalho Ortigão. Gonçalo Cadilhe ainda não é adversário à altura dessas velhas raposas - a idade cansa a vista e melhora a visão.
Além destas inevitáveis comparações entre quem tem alguma semelhança no assunto sobre o qual escreve, adianto que tal como n'As Farpas o Planisfério Pessoal não transmite a sensação de livro, não está articulado para isso e a inclusão de algumas caixas com uns "à partes" que não podiam desaparecer não ajuda - faz transparecer que se trata de uma compilação, o que de facto é.
Com alguns defeitos o livro parece ser bem sucedido na sua intenção de contar as histórias da história de uma volta ao mundo sem usar o transporte aério. A sua actualidade e apresentação daquilo que não costumamos saber sobre vários países tornam o livro útil e interessante. Muitas vezes o autor tenta transmitir os seus sentimentos enquanto viajante, não é bem sucedido e esse fracasso dá um ar de vulgaridade. Felizmente algumas entrevistas ao escritor facilitaram a exposição desses sentimentos que se revelam bastante interessantes e poderiam enriquecer o texto se tivessem sido representados com outras combinações de letras.

Um bom livro de viagem, original e pessoal. Dentro do género o escritor parece promissor.

Sem comentários: