sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 de Abril



Não é que não existam camélias em abundância no nosso país. Mas, se há flor que nos distingue dos outros, ela será o cravo.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Wenceslau de Moraes - O Culto do Chá

Parte 4

O Japão é a terra das camélias: camelia japonica, lá diz o latinório dos botânicos.
Quando, por fins de Novembro, começam os frios e as geadas e pouco tarda que as neves alvejem os dorsos das montanhas, quando cessam as últimas florescências dos jardins, é então que começam ostentando-se as belas flores desta esplêndida família das camélias. Vêm primeiro as sazancas, umas brancas, outras róseas, de mimosíssimas pétalas frisadas; seguem-se as camélias simples, sanguíneas, surdindo da rama espessa de árvores gigantes, espalhadas pelos campos; e após vêm as flores cuidadas, de luxo, variando em inúmeras formas, variando em inúmeros tons, desde o branco
de leite até ao róseo quase negro. Então igualmente desabrochaa pequenina flor do chá, que também é uma camélia, subtilmente perfumada, composta de cinco petalazinhas alvas contornando e protegendo o feixe áureo dos estames.

domingo, 6 de abril de 2008

Wesceslau de Moraes - O Culto do Chá

Parte 3

Da China, veio o chá para as terras deNippon, mas não se sabe quando.
Velhas crónicas mencionam (no dizer dos entendidos neste caso melindroso) que, em 729 da era cristã, durante uma festa religiosa de espavento, o imperador Shomu oferecia chá a bonzos de alta jerarquia; mas fica-se ignorando se já antes seria conhecido... Parece que um bom abade budista, Dengyo Daishi, foi o primeiro que obteve a planta em solo japonês, em 805; o chá era então já uma beberagem favorita entre os bonzos chineses, que dela se serviam durante as vigílias prolongadas das suas práticas nocturnas. Mais recentemente, ainda outro bonzo, Eisei, tendo ido à China, de lá voltou, trazendo as sementes preciosas, e no monte Sefuri, em Chikuzen, cuidou da sua sementeira. Pouco depois, ainda mais outro bonzo (sempre os bonzos!) de nome Mioyé, colhendo de Eisei os vários segredos de cultura, novas sementes adquiriu, e em Toga-no-o e em Uji, lugares vizinhos de Quioto, atentamente se entreteve em cultivar o chá; em Uji, de preferência, foram os resultados excelentes. Dois séculos depois, cerca de 1400, o shogun (generalíssimo) Ashikawa Yoshimitsu imprimiu vigoroso impulso às plantações de Uji, as quais tanto foram prosperando, mercê da riqueza do torrão, que de então até hoje o chá daquele sítio tem sido celebrado como o melhor de todo o Império; dele exclusivamente se serve o imperador.

retirado de O Culto do Chá