domingo, 25 de novembro de 2007

A Confissão de Lúcio


"A Confissão de Lúcio", obra de Mário de Sá Carneiro, é pouco clara no seu objecto - assumindo que há um objecto. Podemos encontrar o desequilíbrio e descontrolo - principalmente de Lúcio. Ou a dificuldade de comunicação e a impossibilidade de transmissão directa da experiência cognitiva. Encontramos ainda alguma caricatura da arte e do meio artístico, não sei se intencional, mas presente na ambiência parisiense. Encontramos tudo isto mantendo-nos sempre perdidos e desorientados.

Esta obra não-linear acaba por não oferecer uma leitura agradável, oferece a mesma sensação de ter uma longa conversa com um louco. No entanto o tema e a abordagem não são perdas de tempo, ao ler o livro várias vezes me ocorreram imagens do filme Mulholland Drive, a linguagem do cinema parece muito mais apta para expressar aquilo que até podia fascinar Mário de Sá Carneiro mas que não chega ao leitor por via da escrita.

Excertos no Instituto Camões

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