sábado, 3 de novembro de 2007

A arte de jogar

Vídeo

Encontrei na Edge deste mês uma citação deste vídeo e pareceu-me bastante bizarra. Consegui encontrar o vídeo e os comentários são preocupantes. Primeiro temos aquela comparação entre formas culturais, jogos comparados a livros e a cinema. Apesar de os jogos terem histórias e imagem, na verdade não são esses os elementos vitais. A arte de fazer um jogo passa, em primeiro lugar, pela forma como estão definidos os controlos - e nesse campo os críticos tradicionais não são muito competentes na apreciação dos jogos uma vez que não têm noção de que fazem parte do jogo e que o jogo não é autónomo do jogador.

A isto segue-se outro assunto preocupante, o exemplo do livro deprimente. Eu não leio livros deprimentes, se isso é arte então não tenho nenhum gosto por essa coisa. Parece que a arte foi tomada de assalto por loucos e o melhor é manter a distância. Será melhor que os jogos se afastem dessa contaminação da arte moderna (que por acaso consegue ser bastante deprimente).

Sobre o jogo ser melhor na primeira vez que o jogamos, não estou muito certo disso. Em muitos jogos actuais, jogos muito limitados pela colagem a formatos como o cinema, isso pode ser verdade. Não é verdade no entanto para jogos mais puros, mais virados para o jogo propriamente dito e menos para outros aspectos paralelos.

Por fim vemos o senhor a comentar como o jogo é realista e dá a entender que essa será uma virtude. Não vejo porquê nem como, mas é uma coisa muito americana - deve ser por isso que os jogos desse lado do Atlântico são por regra mais feios que os do resto do mundo.

Ao ler a Origem da Tragédia consegui compreender melhor a crítica actual e as deficiências de que muita da arte existente sofre. Nos jogos o livro é particularmente pertinente, creio que tendo presentes as ideias do livro seremos muito mais cautelosos ao fazer afirmações como fez o senhor Dirda.

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