terça-feira, 3 de junho de 2008

Wesceslau de Moraes - O Culto do Chá

Parte 5

Passando, em horas de ócio, junto dos campos de chá, dos quais sinto prazer em acercar-me, palestro com os aldeões e aprendo noções várias respeitantes à delicada planta. Não pode ser transplantada, nem se multiplica por estaca ou por excerto, só por sementeira se propaga. Os países quentes, como os países frios, são-lhe nocivos; prospera nos climas temperados, nos sítios lavados de ar e luz, vizinhos dos cursos de água, convindo um ligeiro declive ao solo de cultura. Os arbustos são dispostos em renques paralelos, de norte a sul, para que o sol lhes bata em cheio desde pela manhã até à noite; as plantas mais cuidadas reclamam na Primavera grandes toldos de palha, que abriguem das geadas as tenras folhas dos rebentos. Durante o primeiro ano, dispensam adubos, que depois se aplicam em períodos frequentes. A guerra aos vermes, aos insectos, exige zelos incessantes. No fim de 4 anos, já o arbusto se presta à primeira colheita; mas são as velhas plantas, de cem anos, as que melhor produzem.

1 comentário:

anA disse...

Tenho tido alguma dificuldade em encontrar as obras de Wenceslau de Moraes. Gostava de connhecer melhor o autor ,um pouco esquecido por cá.
Poderá ajudar-me e indicar-me onde encontrou o culto do chá e/ou outros titulos
Grata
anA