domingo, 9 de dezembro de 2007

Revolução industrial nos jogos de vídeo



Middleware, aplicações a que os estúdios de jogos, principalmente os europeus e americanos, recorrem para acelerar o processo de desenvolvimento de um jogo. A aplicação mais recente de que tive conhecimento gera automaticamente cidades com base nalguns dados iniciais que o utilizador da ferramenta insere. Cria-se deste modo o universo onde decorrerá o jogo - de uma forma mecânica e muito menos pensada. Evita-se deste modo que sejam pessoas a criar toda a cidade, a pensar em cada pormenor e elemento, gera-se automaticamente aquilo que é um dos pontos fundamentais dos jogos. O resultado provável será um mundo genérico, sem carisma nem personalidade, uma consequência muito frequente do recurso a este tipo de ferramentas.

Cria-se assim de forma mecânica o que antes requeria artífices capazes, produz-se em massa aquilo que devia ser individualizado e pensado ao pormenor e desvirtua-se o trabalho dos artistas que desenhavam os cenários. Em suma, tudo se banaliza graças a ferramentas que nos fazem trabalhar mais depressa e mais barato. Foi assim com a produção em massa e segue-se o mesmo caminho com o desenvolvimento dos jogos, presumo que com enorme prejuízo para os mesmos.

Como sempre a lógica científica nega-nos o prazer do fútil e do ineficiente, as brechas que são tão necessárias para o preenchimento com criatividade. E fazem-se, mais rapidamente e com menos custos, coisas que são melhores e que nos agradam menos.

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